domingo, 27 de novembro de 2011

Transtorno afetivo bipolar.









O que é?


O transtorno afetivo bipolar era denominado até bem pouco tempo de psicose maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado principalmente porque este transtorno não apresenta necessariamente sintomas psicóticos, na verdade, na maioria das vezes esses sintomas não aparecem. Os transtornos afetivos não estão com sua classificação terminada. Provavelmente nos próximos anos surgirão novos subtipos de transtornos afetivos, melhorando a precisão dos diagnósticos. Por enquanto basta-nos compreender o que vem a ser o transtorno bipolar. Com a mudança de nome esse transtorno deixou de ser considerado uma perturbação psicótica para ser considerado uma perturbação afetiva.
A alternância de estados depressivos com maníacos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a mania surgisse não era possível conhecer diagnóstico verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. Mania em psiquiatria significa um estado exaltado de humor que será descrito mais detalhadamente adiante.
A depressão do transtorno bipolar é igual a depressão recorrente que só se apresenta como depressão, mas uma pessoa deprimida do transtorno bipolar não recebe o mesmo tratamento do paciente bipolar.

Características

O início desse transtorno geralmente se dá em torno dos 20 a 30 anos de idade, mas pode começar mesmo após os 70 anos. O início pode ser tanto pela fase depressiva como pela fase maníaca, iniciando gradualmente ao longo de semanas, meses ou abruptamente em poucos dias, já com sintomas psicóticos o que muitas vezes confunde com síndromes psicóticas. Além dos quadros depressivos e maníacos, há também os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes confunde os médicos retardando o diagnóstico da fase em atividade.

Tipos

Aceita-se a divisão do transtorno afetivo bipolar em dois tipos: o tipo I e o tipo II. O tipo I é a forma clássica em que o paciente apresenta os episódios de mania alternados com os depressivos. As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Na prática observa-se muito mais uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro, há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca enquanto as depressivas foram numerosas. O tipo II caracteriza-se por não apresentar episódios de mania, mas de hipomania com depressão.
Outros tipos foram propostos por Akiskal, mas não ganharam ampla aceitação pela comunidade psiquiátrica. Akiskal enumerou seis tipos de distúrbios bipolares.

Fase maníaca

Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. O estado de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva. Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da auto-estima, sentimentos de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono. O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as idéias correm rapidamente a ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma idéia não concluída em outra sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-idéias..
O paciente apresenta uma elevação da percepção de estímulos externos levando-o a distrair-se constantemente com pequenos ou insignificantes acontecimentos alheios à conversa em andamento. Aumento do interesse e da atividade sexual. Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa socialmente inconveniente ou insuportável. Envolvimento em atividades potencialmente perigosas sem manifestar preocupação com isso. Podem surgir sintomas psicóticos típicos da esquizofrenia o que não significa uma mudança de diagnóstico, mas mostra um quadro mais grave quando isso acontece.

Fase depressiva

É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a auto-estima em baixa com sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é constante. As idéias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável. Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca pode durar meses também.

Exemplo de como um paciente se sente
...Ele se sente bem, realmente bem..., na verdade quase invencível. Ele se sente como não tendo limites para suas capacidades e energia. Poderia até passar dias sem dormir. Ele está cheio de idéias, planos, conquistas e se sentiria muito frustrado se a incapacidade dos outros não o deixasse ir além. Ele mal consegue acabar de expressar uma idéia e já está falando de outra numa lista interminável de novos assuntos. Em alguns momentos ele se aborrece para valer, não se intimida com qualquer forma de cerceamento ou ameaça, não reconhece qualquer forma de autoridade ou posição superior a sua. Com a mesma rapidez com que se zanga, esquece o ocorrido negativo como se nunca tivesse acontecido nada. As coisas que antes não o interessava mais lhe causam agora prazer; mesmo as pessoas com quem não tinha bom relacionamento são para ele amistosas e bondosas.

Sintomas (maníacos):

Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao paciente podem abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça.
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades especiais, é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político. Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro esta idéia torna-se uma convicção delirante. 
Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por mais do que alguns minutos ou relaxar.
O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco para integridade física como patrimonial.
O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha de fora a grande confusão de idéias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes de terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e assim sucessivamente numa fuga de idéias.
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto freqüente nesses pacientes.
A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece e fica durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade.
Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas por algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.
Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas de tristeza, desespero e auto-estima baixa. Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles sabem que terão um longo dia pela frente. Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados, faltam idéias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso.

Generalidades

Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também os pacientes, uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida normal e independente.
A denominação Transtorno Afetivo Bipolar é adequada? Até certo ponto sim, mas o nome supõe que os pacientes tenham duas fases, mas nem sempre isso é observado. Há pacientes que só apresentam fases de mania, de exaltação do humor, e mesmo assim são diagnosticados como bipolares. O termo mania popularmente falando não se aplica a esse transtorno. Mania tecnicamente falando em psiquiatria significa apenas exaltação do humor, estado patológico de alegria e exaltação injustificada.
O transtorno de personalidade, especialmente o borderline pode em alguns momentos se confundir com o transtorno afetivo bipolar. Essa diferenciação é essencial porque a conduta com esses transtornos é bastante diferente.

Qual a causa da doença?

A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida.
Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.

Como se trata?

O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a melhor para todos os casos. Freqüentemente é necessário acrescentar os anticonvulsivantes como o tegretol, o trileptal, o depakene, o depakote, o topamax.
Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária os antipsicóticos. Quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas depressões resistentes pode-se usar com muita cautela antidepressivos. Há pesquisadores que condenam o uso de antidepressivo para qualquer circunstância nos pacientes bipolares em fase depressiva, por causa do risco da chamada "virada maníaca", que consiste na passagem da depressão diretamente para a exaltação num curto espaço de tempo.
O tratamento com lítio ou algum anticonvulsivante deve ser definitivo, ou seja, está recomendado o uso permanente dessas medicações mesmo quando o paciente está completamente saudável, mesmo depois de anos sem ter problemas. Esta indicação se baseia no fato de que tanto o lítio como os anticonvulsivantes podem prevenir uma fase maníaca poupando assim o paciente de maiores problemas. Infelizmente o uso contínuo não garante ao paciente que ele não terá recaídas, apenas diminui as chances disso acontecer.
Pacientes hipertensos sem boa resposta ao tratamento de primeira linha podem ainda contar com o verapamil, uma medicação muito usada na cardiologia para controle da hipertensão arterial que apresenta efeito anti-maníaco. A grande desvantagem do verapamil é ser incompatível com o uso simultâneo do lítio, além da hipotensão que induz nos pacientes normotensos

















Desculpe a demora, andei ocupada esses dias...
Agradeço a visita, voltem sempre.


Beijo
Geentyna.   






Boa semana .





domingo, 13 de novembro de 2011

Psicopatia e Notoriedade.





O alarde com que a mídia trata os casos de delitos, crimes e atrocidades cometidos por pessoas intensamente perturbadas demonstra o quanto todos nós somos suscetíveis a tal tipo de estímulos que passa centralizar a preocupação das pessoas em geral.

Em 2008 tivemos vários personagens, com transtorno de personalidade anti-social, envolvidos com a mídia nacional, entre os quais se destacaram pela intensa cobertura jornalística o auxiliar de enfermagem Edson, que segundo a polícia do Rio de Janeiro teria matado mais de 100 doentes terminais em um hospital público do Rio, e o autodenominado "motoboy do sul", responsável pela morte de cerca de 7 pessoas na praia do Cassino, RS.
Ambos fazem parte de um grupo de pessoas severamente transtornadas que atingem a cerca de 2 a 3% da população adulta predominantemente masculina, sendo que são mais comumente encontradas em áreas metropolitanas pobres e com baixa escolaridade por abandono precoce da escola.
 Há uma tendência para uma mobilidade social descendente na vida dos indivíduos anti-sociais, que tendem a ganhar e perder dinheiro de maneira cada vez mais cíclica, até finalmente estarem "exauridos" na meia-idade, o que muitas vezes é agregado a alcoolismo e droga com a conseqüente debilitação severa.
A cada vez que surge uma situação como a destes personagens, há um questionamento intenso se poderia ser considerado "gente" alguém que atuasse dessa forma. O que se observa é que nos personagens envolvidos há uma repetição de funcionamento com as particularidades próprias individuais.

Os "psicopatas", "sociopatas", "transtornados de caráter" ou "personalidade anti-social", ou o 
nome que se busque para identificar um funcionamento pessoal extremamente perturbado, caracterizam-se por serem pessoas que mentem, trapaceiam, roubam, ameaçam, matam e atuam de várias formas enganosas e irresponsáveis.

 São de muito difícil manejo familiar, social, ocupacional e, quando chegam a profissionais da área de saúde mental, igualmente repetem-se as dificuldades de tratamento, tanto é que alguns desses profissionais preferem simplesmente encará-los como criminosos e não incluí-los na jurisdição da psiquiatria. Ou seja, seriam intratáveis. Por outro lado, trabalhos clínicos apontam que a rubrica anti-social aplica-se a um amplo espectro de pacientes, o que indicaria que alguns diante de certas condições poderiam beneficiar-se de tratamento.
Os instrumentos diagnósticos em psiquiatria buscam uma série de características e sintomas dos indivíduos para se estabelecer a diagnose dos transtornos mentais, entre os quais o de transtorno anti-social. Se tem uma série de elementos para definir o diagnóstico, entretanto salientarei os quesitos básicos que são: a ausência de culpa e o fraco juízo crítico bem, como a incapacidade de aprender a partir da experiência.
No caso do auxiliar de enfermagem Edson, por exemplo, isto fica bem palpável quando ele diz: "não me arrependo, não". A maioria das pessoas fica horrorizada da frieza da expressão e comunicação dessas, porque na psique da maioria gera fenômenos psicológicos como o da culpa, que diante de um ato desta ordem poderia nos "matar" de remorsos. Todos nós carregamos "culpas" de maior ou menor intensidade no transcorrer de nossas vidas , e passamos buscando estratégias de reparação para alívio deste peso emocional. Já os sociopatas não apresentam tal dialética interna e portanto passam agindo. É o caso do "motoboy do sul" que chegou a manifestar que o seu objetivo era superar, em números de mortes, o "maníaco do parque" (referindo-se a outro personagem da mesma estirpe).
O questionamento básico é quanto a notoriedade passageira e assegurada pelas capas de revista, pelas matérias extensas nos diversos veículos de comunicação possa vir a estimular pessoas despreparadas para o convívio social, a ponto de se se sentirem invadidas por uma compulsão incontrolável e serem levadas a repetir ou superar "proezas" de sociopatas da vez. Fazendo-se uma analogia breve, colocaria que, assim como temos ídolos saudáveis ( como o nosso tenista Gustavo Kürten), que estimula os jovens a buscarem aprimoramentos para ter uma notoriedade e reconhecimento, há pessoas perturbadas e portanto frágeis no seu funcionamento mental global que podem sentir-se influenciadas por tal explosão de estímulos vinculados ao bombardeio massivo a que nos vemos invadidos quando da descoberta de tais crimes.


Evidentemente que os sociopatas estão presentes em nossa sociedade, quer tenham divulgação na mídia ou não. Mas há uma tendência de complicações e repetições mais seguidas destes distúrbios comportamentais quando do estímulo mídia.

Autor: Cláudio Martins




Simulação fétida.
desta miserável congregação.
Discípulos do caído e levantará o herege.
Nação Narcisita.
Rasgada de lábios cegos ditado.
A serpente falou isso para mim através da luz dourada e lunática.
Sabor da fúria.
Que alimentam os demônios interiores.
Alimentado pelo tormento,
Pecado, sexo, doença e orgulho.
Apresentação parasita.
Condição Parasitária.
Escrava cultura parasita.
Final parasita
Psyclon Nine - Parasitic.


terça-feira, 1 de novembro de 2011







Suicídio

Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.
Platão.

O tema de nosso estudo nesta publicação nos fará percorrer as noções básicas de um fenômeno humano intrigante, de muita importância para todos nós e que solicita dos estudiosos das ciências da Saúde Mental posicionamentos e orientações urgentes. Em todo o mundo é muito grande o número de pessoas que morrem por suicídio e nos EUA, por exemplo, as estatísticas revelam 30.000 mortes por ano.
Muitos psiquiatras e psicoterapeutas desenvolveram a noção de que  meu paciente está em sofrimento mental mas pelo menos isto não é uma doença fatal``.
As estatísticas estão mostrando que isto é um equívoco uma vez que a taxa de suicídio como porcentagem de todas as causas de morte em pacientes psiquiátricos atinge aproximadamente 20% nos pacientes com transtorno bipolar, 15% nos alcoolistas, 15% nos pacientes com transtorno depressivo e 10 e 13% nos esquizofrênicos.
Podemos ver que não há razão para muita tranquilidade e os riscos de suicídio requerem atenção dos que cuidam da saúde física e mental, permitindo ações coordenadas de prevenção e tratamento.

Como podemos definir o suicídio?

O suicídio é definido como uma morte auto-infligida, intencional. Deve ser diferenciado da tentativa de suicídio que é um ato não letal que tem a morte como sua meta, aparentando a vontade de morrer.

O número de tentativas de suicídio é muito maior do que os suicídios realizados?

Sim. Para cada suicídio há um grande número de tentativas de suicídio e gestos suicidas que são indicadores de intenção com um conteúdo manipulativo do ambiente e das pessoas à volta.
Os homens cometem o suicídio 3 vezes mais que as mulheres e as mulheres tentam 4 vezes mais que os homens.
Mesmo quando as tentativas de suicídio parecem manipulativas e leves elas devem ser encaradas com seriedade pois indicam uma pessoa em sofrimento e com poucos recursos mentais para fazer face às circunstâncias da vida.

Quais as características das pessoas que realizam com mais frequência o ato suicida?

As pessoas que estão em maior risco são as portadoras de transtornos mentais e de doenças físicas mutilantes ou que produzem dor, com idade mais avançada, isoladas socialmente, com pouco suporte familiar, com pouca flexibilidade mental frente às mudanças sociais e econômicas e que estão passando por situações estressantes ou humilhantes ou de perdas materiais ou afetivas.

Existe suicídio de crianças?

É extremamente raro a ocorrência de suicídio até os 12 anos. Tipicamente o suicídio é uma ocorrência das faixas etárias mais altas mas ultimamente tem sido observado um grande aumento do número de suicídio nos que estão entre 20-40 anos, constituindo uma importante causa de morte nesta faixa etária.

As pessoas que pensam muito em suicídio tem um risco maior?

Sim. A chamada ideação suicida que é constituida pelos pensamentos recorrentes de procurar a própria morte é um ingrediente do risco suicida embora muitas pessoas que a manifestam não chegam a fazer nenhuma tentativa.

Quais são os métodos mais habituais de cometer um suicídio?

Os homens tendem a usar métodos mais violentos como saltar de lugares elevados e o uso de armas de fogo.
As mulheres tendem a usar medicamentos ( principalmente psicotrópicos), venenos e ferimentos ( cortar os pulsos). Mas isso é algo muito relativo... Há várias maneiras e a principal delas é o enforcamento .

Qual é a motivação das pessoas que tentam e que realizam o suicídio?

O motivo mais determinante das tentativas e dos suicídios realizados é escapar de um sofrimento mental considerado insuportável e a pessoa não consegue ver outra forma senão esta. Os suicidas têm um estreitamento na maneira de ver o mundo e a sua vida que é denominado ´´visão em túnel``. Não conseguem ver alternativas que estão disponíveis e se sentem sem saída.
Outros aspectos motivacionais incluem o vingar-se com a própria morte de pessoas que a tenham ofendido, desprezado ou humilhado.

Quais são as fantasias mais frequentes nos suicidas?
 
São as fantasias de reunião com pessoas queridas que já morreram, de adquirir poder e contrôle sobre as pessoas, de renascimento (voltar para uma vida melhor, com menos sofrimento e melhores condições).
Há casos em que as fantasias evoluem para um delírio e a pessoa comete suicídio na crença de modificar o mundo com seu gesto, de redimir a humanidade pecadora.
São comuns as fantasias autopunitivas.


Há uma herança genética da tendência suicida?

A observação clínica, os estudos das famílias de suicidas, os estudos de gêmeos e filhos adotados revelam a existência de fatores genéticos na propensão e risco de suicídio.

Como os fatores genéticos determinam uma probabilidade maior de que a pessoa cometa suicídio?

Os estudos do líquido cefalorraquidiano de pessoas que cometeram suicídio levam à hipótese de uma falta de um neurotransmissor ( substância química que participa da transmissão de mensagens entre as células do sistema nervoso) a serotonina.
Esta substância está implicada na ocorrência de depressão que, como já vimos traz um risco elevado de suicídio. O fator genético levaria a uma baixa produção de serotonina.

A ocorrência de um suicídio pode influenciar outras pessoas a fazer o mesmo?

Sim. É bastante conhecido o fenômeno de contaminação suicida. Se um suicídio é muito divulgado ele vai desencadear uma série de outros de pessoas que, obviamente já eram suicidas em potencial.
Este fenômeno ocorre, às vêzes, entre adolescentes que tentam ou cometem suicídio da mesma maneira que um jovem o fez.

É verdade que falar com um amigo ou familiar sobre um comportamento considerado suicida ou preocupante pode desencadear o suicídio?

Não. Este é um dos mitos em relação ao suicídio. Não é falando e discutindo francamente com uma pessoa acerca de suas idéias e tendências suicidas que ela entrará em risco. É justamente o contrário; quando uma pessoa pode falar e encontra compreensão do seu sofrimento é que o risco diminui.

Quais são as razões que levam uma pessoa que apresenta os fatores de risco a não cometer o suicídio?

As mais comuns são:
- responsabilidade com a família e principalmente com filhos. ´´ Não posso deixar meus filhos para outros cuidarem, minha família depende de mim``
- medo do suicídio. ´´ Não tenho coragem suficiente para fazer isto, tenho medo de falhar na tentativa``
- medo da desaprovação social. Temor do que as pessoas venham a pensar de seu ato.
- Objeções religiosas. ‘’A minha religião proíbe. ‘’Será um pecado muito grande’’. ‘’Tenho medo de ir para o inferno.’’
- Idéias de enfrentamento e sobrevivência ´´ Tenho que enfrentar este momento difícil que irá passar. Ainda tenho muito para fazer na vida``


Podemos então concluir que o ato suicida é multifatorial?

A ocorrência do suicídio é determinada por vários fatores que se somam. Ao sentimento de desesperança e intensa dor psíquica somam-se outros fatores, como isolamento social, estresses da vida profissional, mudanças bruscas na situação social e financeira, envelhecimento e diminuição de possibilidades, alterações de saúde, transtornos mentais e outros fatores.

É conhecido o fato de que muito suicidas estiveram em consulta médica no período recente que antecedeu o suicídio. Por que não é detectado o risco?


Muitas pessoas que já têm uma decisão de cometer o suicídio não discutem as suas idéias com ninguém, nem mesmo com o médico e isto dificulta a detecção da intenção suicida.
Muitas vezes o médico não está suficientemente atento aos fatores de risco para provocar o assunto na consulta médica.

É possível a prevenção do suicídio?

Sendo um acontecimento multifatorial a prevenção é difícil. Em alguns dos fatores do suicídio pode haver a intervenção de ações de saúde mental. Em outros fatores que têm determinantes sociais e econômicas isto não é possível.

Quais são os sinais, sintomas e dados de história de vida que alertam para um risco suicida e podem possibilitar uma ação preventiva?

Podemos citar:
1- Tentativa prévia ou fantasia de suicídio
2- Ansiedade, depressão e esgotamento
3- Disponibilidade de meios de suicídio
4- Preocupação com as consequências do suicídio em membros da família
5- Ideação suicida verbalizada
6- Preparação de testamento e estado de resignação após uma depressão agitada
7- Proximidade de crise vital como luto ou cirurgia a ser feita
8- História familiar de suicídio.
É importante ressaltar que os estudiosos deste assunto ainda não produziram nenhum instrumento de detecção de risco de suicídio que seja de utilidade na prática clínica. O que conta mais nas ações de prevenção e detecção do risco é a experiência clínica do médico ou terapeuta que atende o paciente.

Como podemos ajudar a salvar vidas e proteger pessoas dos riscos que elas representam para si mesmas?

Divulgando idéias científicas a respeito deste tema, procurando conhecê-lo mais profundamente, ajudando a eliminar os preconceitos que envolvem os suicídios e os mitos que dificultam a abordagem. Devemos estar atentos às pessoas que apresentam os fatores de risco que estudamos e encaminhá-los, sempre que possível, a profissionais de saúde mental com experiência para avaliar a extensão dos riscos.

Podemos falar de tratamento do suicídio?

As pessoas que conseguiram realizar o intento suicida já não podem ser objeto de nenhuma ajuda mas os seus familiares e principalmente os filhos podem ser ajudados na minimização dos danos provocados pelo suicídio, o que será preventivo da ocorrência de outros.
Os que escaparem do suicídio devem ser objeto de cuidados especiais.
Alguns devem ser hospitalizados para maior segurança mas a grande maioria pode ser tratada ambulatorialmente.
É necessário que a família exerça uma vigilância intensa ( após uma tentativa outra é mais provável principalmente nos 3 primeiros meses ), elimine os meios disponíveis para suicídio.
É necessário o tratamento de transtornos mentais que possam estar presentes, bem como de doenças físicas que produzem dor, preocupação com sobrevivência e desesperança.
É necessário oferecer suporte social e familiar às pessoas mais isoladas.
O médico clínico poderá indicar à família onde procurar ajuda para enfrentar o problema.

Existe um questionamento de que o suicídio pode representar um ato positivo, racional, em alguns casos?

Citaremos o exemplo de uma história clínica para que cada um avalie se existe esta forma de suicídio.
A paciente Da. Clara, de 75 anos, teve recentemente um infarto do miocárdio extenso e sério, já que apresentava um grande entupimento das artérias do coração. O seu cardiologista indicou uma cirurgia de revascularização de alto custo e risco ( o plano de saúde de Da. Clara ficou perdido após o pagamento de muitos anos porque a empresa faliu). Os filhos se dispuseram a pagar o tratamento.
Da. Clara recusou o tratamento e começou a sofrer de dores intensas, que comprometeram a sua qualidade de vida. Uma semana após o infarto ingeriu uma mistura de vários medicamentos e amanheceu morta. Deixou uma carta explicando as suas razões e manifestando agradecimento a seus familiares. Alegou não querer gastar recursos financeiros em ´´ uma causa perdida ``. Disse ter vivido uma bela vida e não viu sentido em continuar vivendo uma vida sem dignidade e cheia de sofrimento

Autor: Dr. Osvaldo Lopes do Amaral.

Piadinha desnecessária :
Por que os suicidas são legais e simpáticos ?
*
Por que não é você que eles pretendem matar .
Hahaha
(Nem teve graça).

- Contra ao suícidio e a favor da vida

Há coisas tão boas na vida, viajar , conhecer pessoas novas, lugares novos, aprender, explorar, rir ...
Sempre haverá o lado bom das coisas.
Dá maldade, do pecado...
Tente controlar sua mente, pense que  tudo dará certo, dê uma chance a si mesmo, nunca desista dos seus objetivos e sonhos.
Como diria o grande gênio Charles Chaplin... A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.


Faça tudo que lhe agrade...
Talvez um dia vc olhe para atrás e diga: Eu me arrependo, das coisas que não fiz,  dos dias felizes que não vivi, dos sorrisos que perdi .
Bem... um dia pode ser tarde demais para poder voltar atrás, pra poder recomeçar novamente .
Nunca perca as oportunidades que a vida lhe proporciona.
Mesmo que a vida tente derruba-lo.
Mostre que vc é mais que isso...

NUNCA DESISTA.

Beijo a todos e obrigada pela visita.
Voltem sempre.

Geentyna.



O único consolo que sinto ao pensar na inevitabilidade da minha morte é o mesmo que se sente quando o barco está em perigo: encontramo-nos todos na mesma situação. 
Leon Tolstoi.


Feliz Halloween atrasado.
Doces ou travessuras ?
Psicopatia e chocolates ?

Obg queridos e até o próximo post :*




A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente.
Soren Kierkergaard.


Lá vai alguns casos (reais) de suicídio:






Na 6ª feira 13, homem de 27 anos se enforca em Eunápolis 



EUNÁPOLIS, 15 de setembro de 2007 - Um homem de 27 anos tirou a própria vida, em mais um caso de suicídio em Eunápolis. Ronaldo Adorno da Silva, recém-separado da esposa, de 22, com quem tinha uma filha de 3 anos, se enforcou com uma corda de nylon. O fato aconteceu na manhã desta sexta-feira, 13, por volta das 11h00min da manhã, no Loteamento Santa Rita, região do bairro Dinah Borges, na cidade de Eunápolis.
Algumas testemunhas, que trabalhavam numa construção ao lado, disseram que Ronaldo parou debaixo de uma jaqueira, com a bicicleta que usava para vender produtos de limpeza. Ele teria ficado alguns minutos imóvel, pensativo. Em seguida, subiu na árvore, de onde pulou com a corda amarrada no pescoço.

O delegado Antonio Alberto Passos de Melo, que fez o levantamento cadavérico, disse que Ronaldo planejou todos os detalhes da sua morte. Saiu de casa, no bairro Recanto das Árvores (Região do Minas Gerais), com tudo planejado, deixando celular, documentos e um bilhete, que não teve tempo de entregar ao pastor da igreja evangélica onde congregava. Na carta estava escrito: "Senhor, se minha esposa voltar pra mim em 30 dias, doarei minha bicicleta para a caridade da igreja".

O sogro de Ronaldo falou que ele era uma pessoa tranqüila e que se separou da sua filha sem brigas. Informou ainda que o casal morava em sua residência, no Dinah Borges e que torcia para os dois reatarem o relacionamento. 

Algumas horas antes de se matar, Ronaldo passou na casa dos sogros e deu um longo abraço em sua filha, mas ninguém imaginou que seria uma despedida.

Assassinato na cidade de Andirá – Paraná.






 Segundo Informes de testemunhas esse caso ocorreu na Cidade de Andirá - Paraná,
este rapaz levou vários golpes de facão devido a um assassinato que ele cometeu, logo após o assassino subiu em uma caixa de reservatório de Andirá para se suicidar...Motivo: A População iria lixar.

Suicídio na Linha de trem.

HOMEM POE A CABEÇA EM BAIXO DA RODA DO TREM ESSE ACONTECEU NO DIA 08 DE SETEMBRO DE 2005 AS 03:25 DA MADRUGADA EM LORENA SP.


Pintor Suicidou-se Em Casa E Deixou Bilhete Para A Filha


Motivado pela solidão que sentia o pintor Josenilton Dias Cadete (39), depois de vasculhar suas lembranças e ler a Bíblia, Josenilton colocou bancos um em cima do outro e amarrou fios e corda na viga do telhado e se enforcou.
Segundo o seu irmão era um pintor muito conceituado e fazia diversos trabalhos para toda a cidade, mas sentia solidão, foi o que ele deixou escrito em um bilhete deixado para a sua filha de aproximadamente 13 anos. Segundo informações ele havia se separado da esposa há algum tempo atrás

Um caso para psicólogos e psiquiatras

De todas as mortes acontecidas em Eunápolis, o suicídio é em menor escala, porém uma coisa chama atenção da reportagem é a "depressão". Sistema nervoso abalado, necessidades pessoais ás vezes as mais simples porém muito importante para a pessoa, e o que mais incomoda "a solidão". Neste caso um bilhete foi deixado e pelos dizeres evidencia-se que a solidão foi mais forte. Sem ajuda, sem a aproximidade de parentes, algumas fotos e uma Bíblia aberta no livro de "Salmos", e mais nada. Simplesmente "solidão".