sábado, 1 de outubro de 2011

Insônia.

















Hoje não durmo por causa das comichões dentro da minha cabeça. Tenho as ideias agitadas e conturbadas em mente novamente. Eu nem sei como estou me sentindo agora, sinto-me agora como alguém que leva uma forte pancada na cabeça e acorda horas depois atordoado, sem saber onde está, que dia é ou que horas são. Malditas moscas dos pesadelos, que não há meio de se enxotarem para fora do meu quarto , para fora da minha vida, oh maldição. É  tudo muito complicado, cansativo e perturbador! Anda aí uma peste-negra a fazer banquetes com as minhas dores. Chego a pensar que vim ao mundo para alimentar cadáveres.
Hoje não durmo por causa de duas ou três frases malditas há uma semana e por causa das feridas que antes tinha, que ainda não se fecharam. Não consigo dormir com o gelo que vai nesta casa. Depois há as infatigáveis moscas dos pesadelos que me atormentam e não deixam o sono pegar, insônia, que habita em meu viver. Já percebi que vou ver o Sol nascer e tombar na desistência,talvez seja melhor assim. Estas comichões dentro da cabeça são pavorosas e agarram-se a minha mente, fico psicologicamente fraca,cansada,dominável . Torna-se difícil pensar ou fazer qualquer coisa a não ser ter pesadelos... os malditos pesadelos e suas sarcásticas dores e sofrimentos, tudo poderia ser bem mais facil. Anda aí uma peste-negra desde há uma semana.
Anda aí uma peste-negra a alimentar-se de mim e de minha cabeça e já fui ao médico e já enxotei as moscas transmissoras dos pesadelos e já pedi perdão e já perdoei e não sei o que mais possa fazer para que parem as tenebrosas comichões dentro de mim,de minha mente. Disse-lhe que queria calor e experimentei o ardor dos cactos e a virtude do ácido nas feridas, que por sinal não estão totalmente cicatrizadas. Uma semana depois, julgando que melhorara, disse-lhe que queria a paz e gelou-me o corpo todo, por que?  Maldita sina esta. Não será possível a peste-negra passar?
Preciso que vá embora, preciso descansar esta noite,preciso do sentir o nobre perfume da brisa em meu rosto ou apenas dormir um pouco.


Hoje não durmo por causa das comichões que tenho dentro da cabeça. O que importa quanto se viveu e o que se viveu? Há vida nova e os beijos antigos esquecem-se e perdem a cor no fundo das gavetas, no fundo de cada copo mal bebido e cada noite mal dormida. No fundo do coração está uma pedra amarrada ao amor-antigo, a prova que foi afogado, se é que existiu, ou claro que não, quem sabe... afogado em lágrimas e sorrisos. A expectativa ardente de um coração, se projeta gerando um tufão, de afeto do outro lado do mundo. Maldita peste-negra! Torno-me isso, apenas isso, porque não posso ser o que quero.
Todo o meu passado não interessa. Não interessa a ninguém. O meu presente pode servir de acendalha nas lareiras e como não está frio nem para isso dá jeito, vai para reciclar. Coisa assim não tem futuro, não tem jeito nem resposta. Não tenho futuro. Torno-me nada, como sempre fui antes, hoje e sempre.
Hoje não durmo com comichões dentro da cabeça. A peste-negra fez das suas. Eu alimentei-a, mas não o fiz sozinho. Hoje não durmo até ser dia.

Geentyna.









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